24º dia: Candidatos a estrela desabaram nessa Copa.
Outros quatro jogadores chegaram à África de mansinho, sem fazer barulho, priorizando a força coletiva de suas respectivas equipes. O alemão Schweinsteiger, o espanhol David Villa, o holandês Sneijder e o uruguaio Forlán contrariaram as previsões e assumiram, pelo menos até o início das semifinais, os papéis de estrelas da Copa.
Sneijder ficou em evidência com os dois gols que marcou na vitória sobre o Brasil, sexta-feira, pelas quartas de final. Seu principal rival era justamente Kaká, que ainda se ressentia por não ter feito uma grande exibição na África do Sul. O pequenino meia holandês, amparado pela força coletiva de seu time, sacudiu os nervos da seleção brasileira quando marcou seu segundo gol, de cabeça. E Kaká, que deveria recuperar a tranquilidade de seus companheiros, foi vencido pela impaciência, deixando o Brasil naufragar.
Schweinsteiger, o maestro alemão, é mais um meia devotado ao poder coletivo de sua seleção. Sempre que foi acionado, agiu com determinação e frieza, driblou quando necessário e deixou Ozil, Klose e Muller em condições de marcar. Mesmo sem balançar as redes, ficou conhecido como o mais importante jogador do meio-de-campo alemão. Seu adversário no sábado, pelas quartas de final, foi o mais badalado jogador do Mundial: o argentino Messi.
Assim como Kaká, Messi tinha a fama de não ser extremamente produtivo com a camisa da seleção. Na primeira fase do Mundial, diante de oponentes mais frágeis, encantou com bons lançamentos e passes precisos. Porém, quando sua habilidade excepcional foi colocada à prova, falhou, dando razão à tal fama. A Argentina foi devorada pela Alemanha e Messi, que não fez nenhum gol na Copa, só pôde colocar as mãos na cabeça e lamentar a eliminação de seu país.
A campanha de Cristiano Ronaldo por Portugal só não foi mais desastrosa que o trabalho de Wayne Rooney pela Inglaterra. O português, que reclamou bastante da marcação dos defensores adversários, só marcou um gol na África, quase sem querer, na goleada por 7 a 0 sobre a frágil Coreia do Norte. Assim como na Copa de 2006, quando seu país foi desclassificado pela França, Cristiano Ronaldo deixou um Mundial sufocado pela imagem de não ser objetivo quando necessário.
Rooney, assim como Kaká, sofreu com problemas físicos antes do início da Copa, mas, nem o mais cético dos ingleses poderia imaginar que o astro do país deixaria o Mundial de cabeça baixa, sob um coro de vaias. A Inglaterra se classificou para a segunda fase com muita dificuldade e, na sequência, foi humilhada pela Alemanha nas oitavas. Rooney também não marcou gols.
A Espanha era famosa por ser uma das potências coletivas da Europa. O entrosamento era tanto que ficava difícil escolher um nome de destaque. A partir da Copa de 2010, ficou mais fácil. O “cara” que decide é o atacante David Villa, artilheiro do Mundial com cinco gols. Também já é o maior artilheiro da história da Espanha em Copas, com oito (marcou três em 2006).
Forlán, estrela uruguaia, ganhou força durante a competição. Já marcou três gols no Mundial e foi decisivo contra Gana ao empatar o jogo. Também é adepto da coletividade e sabe que sua seleção ainda é dependente da consistência defensiva.
Nem sempre vivemos apostando não é mesmo? As mudanças são muitas comparadas aos fatos.
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@philipsouza