Resenha | 1793 – Niklas Natt och Dag

23 de junho de 2020 Philip Rangel

“Os seres humanos são vermes mentirosos, um bando de lobos sedentos por sangue que só querem estraçalhar uns aos outros em sua luta por poder”

Em uma manhã de outono, norteado por uma ressacam Mickel Cardell foi chamado para verificar um corpo que estava flutuando nas águas do lado Ucharia. Na busca do verdadeiro culpado pelo corpo todo mutilado, o comandante da policia chama o advogado Cecil Winge para assumir o caso, solicitando a ajuda de Cardell durante toda a investigação.

Cecil está com a saúde frágil e sabe que seu tempo é curto, ele percorrerá contra o tempo para descobrir quem é o jovem assassinado e buscar justiça encontrando o verdadeiro culpado. Marcando a estreia do autor sueco Niklas Natt och Dag, 1793 traz um retrato assustador na sombria Estocolmo do final do século XVII. A cidade é norteada pela violência e a corrupção, os ricos tomam conta e o resto da população sofre pela miséria e a desolação daqueles que a cercam. Me sentia sujo a medida que avançava pelo enredo, o que possuem poder vivem pelas sua próprias regras, não importando com os menos favorecidos. A monarquia logo após a morte do rei Gustav, vive em uma paranoia, corrompida e a polícia não luta por justiça.

A investigação de Cecil nos insere a toda podridão da época. O homem é capaz de cometer muitas atrocidades e barbaridades que desconhecemos. A maldade de matar uma pessoa, cortar seus membros por vingança e achismo é grande. Quando o dinheiro se torna maior do que o caráter os menos favorecidos sofrem na mão dos maiores. Alguns leitores podem se sentir cansados em alguns momentos na leitura, pelos seus detalhes e sua divisões fantásticas.

O livro é dividido é quatro partes, como: a primeira – Cecil e Cardell; a segunda – Blix; a terceira temos – Ana e a última a junção de todos esses personagens que se cruzam para uma relação conjunta final. O poderio no período contra as mulheres era fortes, tratadas como animais que poderiam ser usada pelos mais favorecidos para satisfazer prazeres. A parte de Ana nos mostra muito isso e nos aprofunda no período da Revolução Francesa e todas as suas atrocidades, citando o rei Luiz XVI e sua esposa mortos na guilhotina, fala dos jacobinos e girondinos muito bem.

A edição da Intrínseca ficou belíssima, investindo em conceito e cuidado na capa e em toda diagramação. As páginas refletem esse clima inóspito que pretende alcançar. A tradução ficou perfeita e bem coerente satisfazendo os olhares de cada leitor.

Leitura muito indicada para leitores mais adultos! Não leiam de barriga cheia.