Resenha: Alif, O Invisível, por G. Willow Wilson
Nome do livro: Alif, O Invisível
Nome original: Alif the Unseen
Autor(a): G. Willow Wilson
Editora: Rocco – selo Fantástica Rocco
ISBN: 9788568263068
Ano: 2015
Páginas: 352
Nota: 4/5
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Autora de graphic novels aclamadas e criadora da primeira heroína muçulmana dos quadrinhos, pela Marvel Comics, além do livro de memórias A leitora do Alcorão, a norte-americana convertida ao islamismo G. Willow Wilson dá vida a um jovem hacker vivendo num estado de exceção no Oriente Médio em seu premiado romance de estreia, Alif, o invisível. Primeiro lançamento de 2015 do selo Fantástica Rocco, o livro conquistou o World Fantasy Award e rendeu à autora comparações com escritores como Philip Pullman, Neil Gaiman e J.K. Rowling. Na trama, teologia islâmica, vigilância eletrônica e os acontecimentos da Primavera Árabe se mesclam para tecer uma rica narrativa, na qual o cotidiano colide com o fantástico e o mundo físico com o digital.
Quando a editora Rocco anunciou em abril o lançamento de sua próxima aposta do selo Fantástica não conhecia nada sobre a autora G. Willow Wilson (podem me julgar). Depois que fui ver que ela é autora de várias graphic novels e criadora da heroína muçulmana da Marvel, Marvel Comics.
No enredo iremos conhecer Alif, um jovem hacker que usa a primeira letra do alfabeto árabe, como pseudônimo na internet para oferecer seus serviços tecnológicos de proteção a grupos que se encontram sob observação do governo por discordarem da prática como ele vem governando. Ele ainda corre ao mesmo tempo d’A Mão de Deus, uma espécie de entidade ligada ao Estado que pega esses hackers que tentam desafiar as regras.
Dividindo o seu interesse com uma garota chamado Intisar, filha de um aristocrata. Os dois se amam e se encontram escondidos, já que o pai não aceita o rapaz e acaba que a garota é oferecida à outro partido. Para evitar o pior, a garota acaba se afastando dele. Até que frustrado com tudo ele acaba criando um outro programa que pode reconhecer o estilo de escrita das pessoas identificando-as. Alif poderia de certo modo vigiar Intisar ficando invisível na rede para que ele não seja encontrado ou levado a qualquer problema.
Até que como qualquer empreendimento toma proporções maiores e acaba fugindo de seu próprio controle. Deixando a Mão de Deus invadir o seu próprio sistema. Como o objetivo era o reconhecimento e identificação o garoto agora precisa correr contra sua identidade virtual e real antes que eles cheguem até sua própria família. Como tudo se amarra dentro da obra, o enredo mostra um livro que Alif recebeu de Intisar no no início da trama, este também procurado pela Mão. Ao lado de sua melhor amiga Dina, ambos precisam fugir juntos para evitar que este livro que guarda um grande mistério seja realmente pego por quem não deve.
A autora transformou referências árabes que até então demoravam para eu me acostumar, foram se encaixando ao longo da trama. O livro todo era para ser um desastre, mas persisti até o fim. Ainda somos pegos com assuntos envolvendo religião, política. A falta de necessidade foi o excesso de personagens locados na trama. O que pode ser um dos pontos negativos para o entendimento do leitor.
A diagramação, capa pela editora Rocco ficaram incríveis. A moldura na capa lembra muito as arquiteturas árabes e o nome do livro com chip ligado aos seus conectores reflete muito com o que iremos encontrar dentro da trama. Narrado em terceira pessoa me senti muito preso e não tinha ficado assim em um livro que não apostava.
Alif, O Invisível é sem dúvidas um livro que o leitor pode dispor de muitas viagens ao Oriente Médio e ainda enriquecer com mais detalhes da cultura vivida por lá (que por hora é muito bem apresentada). A mitologia árabe está muito presente na trama como os gênios e os demônios conhecidos como djins, vampiros e outros seres que são muito bem explorados.
Posso até ficar retórico, mas, se você busca um livro de literatura fantástica e ao mesmo tempo enriquecedor, aqui é a solução! Leitura imperdível!