MaXXXine | Crítica

Chega aos circuitos de cinema a aguardada sequência final da trilogia iniciada  em 2022 pelo diretor Ti West em “X“. Neste primeiro somos apresentados Maxine Minx (Mia Goth)  e sua equipe que desbravaram o interior dos EUA para um filme “amor intenso” com uma excelente local rústica para se tornar um cult. A partir daí os eventos decorrente desse acontecimento fatídico o público descobrirá em MaXXXine. 

Antes disso fomos apresentados ao passado traumático de Pearl no filme homônimo que saiu no mesmo ano em 2022, aqui a Mia Goth volta a ser Pearl só que numa versão mais jovem, vemos nascer o seu amor pelo cinema e a vontade de se tornar uma estrela. Porém o que vemos é um banho de sangue e desejo reprimido. Tudo em Pearl foi pensado para se tornar um queridinho do público.

Finalmente chegamos na década de 80 e Maxine Minx que já se tornou uma figura conhecida no meio das produções adultas não abandonou o sonho de se tornar uma estrela de cinema, está correndo atrás de audições em Hollywood para uma oportunidade fora desse meio, mas o passado ainda a persegue. 

Em MaXXXine, o diretor não só ambienta o filme dos anos 80 como também usa e abusa dos clichês cinematográficos como os policiais desastrados com diálogos embaraços aqui protagonista por tenente Torres (Bobby Cannavale) e tenente Marianne Williams (Michelle Monaghan) que investigam os assassinatos de pessoas relacionadas ao mundo a prostituição e produção de filmes de “amor intenso” que começaram a aparecer na região. 

De alguma forma os corpos que começam a aparecer estão de alguma forma relacionado a Maxine Minx que está eufórica com sua oportunidade fora do mundo da produção, onde Maxine vai ser dirigida por Elizabeth Bender (Elizabeth Debicki), que esta dirigindo uma sequência de um longa de terror e por isso opta por Maxine por acreditar no seu potencial como atriz. Elizabeth e Maxine têm algo em comum, ambas estão lutando por seu espaço em Hollywood já que as coisas são mais difíceis para as mulheres. 

Entre a vida de uma estrela pornográfica e a sua perseguição à fama, Maxine é uma garota normal que passa as noites com seu amigo Leon Green (Moses Sumney) que administra uma locadora e também busca uma vida nova fora do mundo do entretenimento adulto. Apesar de seu pouco tempo de tela, Moses que possui uma carreira sólida na indústria musical assim como Kid Cudi que participou do primeiro filme da trilogia, mostra que tem potencial para trabalhos maiores. 

Nesse meio o passado de Maxine veio cobrar as contas, e vem principalmente por meio de John Labat (Kevin Bacon) que é o mensageiro do vilão do filme por ser incisivo acaba por despertar a fúria de Maxine que não vai deixar nada atrapalhar o seu caminho rumo ao estrelato, Maxine têm em seu empresário Teddy Knight (Giancarlo Esposito) que está disposto a tudo para que cliente tenha sucesso na nova empreitada. 

Uma das melhores sequências do filme são as cenas de perseguição entre John Labat e Maxine que percorrem os estúdios de Hollywood e locações clássicos como a de Psicose (1960) imortalizada por Alfred Hitchcock que depois ganhou várias sequências, remake e até série de TV. E as referências ao cinema não param por aí. Você amigo(a) leitor(a) pode desafiar seus amigos a descobrir todas as referências do filme. 

Mia Goth nos mostra várias vezes uma personagem que se mostra muitas vezes frágil e vulnerável mas é muito mais do que isso é uma predadora que agarra seu sonho de estrelato em Hollywood, mesmo que para isso tenha que recorrer a violência extrema e isso afetará a todos ao seu redor, esse mantra que ela repete ao longo de todos os filmes. 

É especialmente interessante como a trilogia explora essa dualidade de sexo, religião e terror, como essa coisas se entrelaçam e criam o ingrediente perfeito para o caos. 

Ao final do filme fica a sensação de um bom filme que vale a pena ser revisto, resta saber se a trilogia X resistirá a prova do tempo, mas que certamente é um bom filme que vale a ser visto na tela grande de cinema com um balde de pipoca na mão.